
COR, FORMA E SIGNIFICADO
60x315cm . 2017
tinta acrílica, verniz, purpurina irisada, glitter e nankin sobre vidro
coleção particular - SC

MITOSE
50x40cm . 2017
tinta serigráfica, acrílica, gesso, esmalte e removedor sobre tela

CONTRA PLANO . II
84x60cm . 2018
tinta serigráfica, acrílica, verniz, barbante encerado sobre mdf
valor sob consulta

CONTRA PLANO . III
140x140cm . 2018
tinta serigráfica, acrílica, verniz, fio de seda sobre tela
valor sob consulta




EXPOSIÇÃO
Na Beirada da Superfície
Coletiva
Taigo Meireles
Adriana Tabalipa
Maya Weishof
Felipe Scandelari
Lívia Fontana
Gustavo Francesconi
Janete Anderman
Adriele Tornesi
Boiler Galeria
Curitiba - PR
pic : Fabiana Caldart
Olhar o mundo a partir de sua superfície é entender-se como um corpo que percebe seu entorno como ‘seu lugar’ e não como uma exterioridade. O sentido de superfície mistura, por movimento contínuo de intercâmbio, ideias distantes, práticas históricas, geografias, sensações. Isso porque, paradoxalmente, a superfície das coisas pode ser uma película de separação entre aquilo que a coisa é daquilo que ela não é, como nossa pele, parte externa e visível de nossos corpos, que nos separa daquilo que não somos. A superfície pode ser algo sem profundidade, algo rasteiro, do qual pouco ou quase nada entendemos, ou percebemos. Também pode ser um lugar determinado no mundo, como a superfície dos Andes ou a superfície de um lago. Ela ainda pode ser pura ideação, uma fantasia ou projeção do espaço bidimensional. E todos esses “podem ser” da superfície perpetuam sua condição de comutação. ** A superfície destrói a linha de contorno, a divisa, e no lugar propõe a mutação do sfumato.
Em um passado de nosso tempo se dizia que “as primeiras partes da pintura são as superfícies”. *** Naquele momento, a superfície tinha um duplo sentido intercambiável; aquele relativo à aparência da exterioridade das coisas, e aquele que se refere ao plano de projeção [a janela]. Esses dois sentidos estão, portanto, submetidos à noção de representação/ficção. A imagem reconhecível dita as características das superfícies do objeto pintura como equivalente de ‘imagemcoisa’; neste caso, palavras inseparáveis por sentido e ordenamento constituído, pois aqui a imagem está antes da coisa, repousada, encobrindo-a. O reflexo na superfície do espelho é tão vívido que impede de ver o espelho. Esta é a superfície que se camufla na sedução do mundo que se replica.
Mas, se a superfície é a primeira parte da pintura, como não vê-la? Como não permitir-se levar por sua topografia? Agora, em outro passado de nosso tempo, quando a noção de fronteira era indispensável à compreensão das coisas e do mundo, a superfície ganhou espessura e se separou. Então, seu novo sentido passa a ser de “uma superfície que expressa igualmente os resultados das forças internas e externas” **** a si mesma. Perceber a imagem do mundo significa interferir nesse mundo, deixar a marca de sua mão nele. Este outro sentido de superfície contém a representação/ficção pela materialidade do fato. A imagem reconhecível está separada perceptivelmente de sua forma de fixação como itens distintos: a ‘imagem e a coisa’ ou a ‘coisa e a imagem’. O reflexo e o espelho se tornam presenças pela percepção/ação. Esta é a superfície que evidencia a rugosidade do mundo.
“O fenômeno da demolição do quadro, ou da simples negação do quadro de cavalete, e o consequente processo (...) da criação sucessiva de relevos, antiquadros, até as estruturas espaciais ou ambientais, e a formulação de objetos, (...) numa linha contínua, até a eclosão atual” ***** nos fizeram perceber o mundo como superfície. Achatadas pela literalidade dos fatos e enredadas por nossa própria ficção, construímos a ‘coisaimagem’. Nestes tempos de instantaneidade, o mundo, sua projeção no espelho, o próprio espelho e o ato de observar são e estão na superfície, coabitando. Se, por um lado, esse entendimento deixa tudo rasteiro e ordinário, por outro, “deshierarquiza”, horizontaliza as relações, nos deixa mais próximas e parecidas. Esta é a superfície que nos une. Perceber a superfície, portanto, é sentir essa pele macia e sedutora, ao mesmo tempo em que nos confrontamos com o ritmo das cicatrizes incongruentes de nossas histórias nela gravada. Esta exposição propõe essa percepção a partir da beirada e sem parapeito para nos proteger. Daqui, podemos ver alguns tipos de superfície, presentes conosco.
* SARAMAGO, José. A história como ficção, a ficção como história. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis : EDUFSC, n.27, p. 09-17, abr. de 2000.
* VIRILIO, Paul. Espaço crítico. Tradução Paulo Roberto Pires. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. pg. 13.
* ALBERTI, Leon Battista. Da pintura. Campinas: Editora da UNICAMP, 1989. pg. 107.
* KRAUSS, Rosalind. Caminhos da escultura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1998. pg. 36.
* OITICICA, Hélio. Esquema geral da Nova Objetividade. In: FERREIRA e COTRIM (org). Escritos de artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. pg. 156.
Na Beirada da Superfície
Texto : Lilian Gassen

DIMENSIONAL
40x50cm . 2018
tinta serigráfica, acrílica e removedor sobre tela

REVELAÇÃO
110x80cm . 2018
tinta serigráfica, acrílica, gesso, verniz sobre papel
valor sob consulta

OBSERVATÓRIO
34x34cm . 2018
tinta acrílica, verniz e purpurina sobre vidro
valor sob consulta

MEMÓRIA CIRCULAR . I
50x50cm . 2018
tinta serigráfica, gesso e hd sobre tela






ENSAIOS SOBRE
TRADIÇÃO . 3º ATO
pidyon haben
Performance Art com
Eduardo Amato . 2018
Feira Parte
Galeria Andrea Rehder
São Paulo - SP
pic : André Jeszensky

DEPÓSITOS DE TEMPO
75x75cm . 2017
tinta acrílica sobre cartão e vidro jateado
coleção particular - PR




CURADORIA
Kollektivet - Mosta Sonora
Coletiva
Music Nerds
Cavassim - Mazzitelli
Kambô
Corazón - S4LIV4 - Gondu
R.C.C.B
Rafael Contreiras
Galena
Dika - Mau
Boiler Galeria
Curitiba - PR
pic : Gosmma

NATUREZA VIVA
70x25x27cm . 2017
tinta acrílica sobre madeira
desaparecida








ENSAIOS SOBRE
TRADIÇÃO . 2º ATO
havdalá
Performance Art com
Eduardo Amato . 2017
Circuito Interno
Fábrica da Bhering
Rio de Janeiro - RJ
pic : Jaime Silveira


MÍDIA
60x40x30cm . 2017
tinta vinílica e purpurina sobre madeira
valor sob consulta





EXPOSIÇÃO
Entre Planos
Individual
Boiler Galeria
Curitiba - PR
pic : Fabiana Caldart
Qual foi a reação dos nossos ancestrais diante da primeira faísca ao lascar as pedras? Ou quando Einstein chegou a fórmula da teoria da relatividade? É nesse milésimo de segundo diante de um grande feito que a obra de Gustavo parece se encontrar. O trabalho não se relaciona apenas com o campo da arte. Vai muito além. Pensa teorias e experimentos científicos via estruturas sensoriais. Não há, por um lado, uma preocupação em esclarecer conceitos já estabelecidos; há entretanto uma provocação, uma insinuação do que tenderia um experimento científico no campo da arte, enquanto resultado visual. Por suposto que existe uma pesquisa de fundo, pela qual é esclarecida através da escolha de cada forma, volume e composição das obras, como se tinta fluísse nos nervos do artista.
É um trabalho preciso, como um cálculo matemático ou uma fórmula química, isento de falhas. Mas não é um trabalho automático, com regras de continuidade; em cada obra Gustavo nos oferece uma fórmula para uma nova descoberta. Os trabalhos se relacionam como estações de pesquisa em um laboratório expositivo. Se existe uma teoria de organização no caos, é dessa paleta que o artista se alimenta, pulsante e nunca inerte.
Ainda como nos grandes feitos, os acasos na obra de Gustavo dividem lugar face a metodologia, sejam como descobertas técnicas ou como respostas a questionamentos do artista. A impermanência dos materiais nos suportes utilizados respiram e se configuram como próprios sujeitos nessa rede de tantos elementos que formam a obra de arte. O lugar de suas obras não se resume ao espaço expositivo, mas reverbera e permeia por nosso subconsciente ativando campos sensoriais de até, eu diria, autoconhecimento.
Qual o papel do espectador e qual seu lugar dentro da obra?
A pintura como registro de um tempo, e do próprio tempo, torna-se um portal que vai diante ao "momento final" do artista, reflete o presente como um espelho e nos faz viajar de volta para o momento que vivemos, tornando a obra sempre contemporânea através desses infinitos fluxos de compreensão. Arrisco em dizer que quando cria, o artista prevê possíveis caminhos interpretativos por saber exatamente como e do que esta falando. Tais chaves de interpretação que nos são dadas, cedem lugar a um arquétipo crítico onde a obra é clara e sem falsas teorias subjetivas e superficiais.
Nesse sentido Gustavo produz situações pictóricas que devem ser compostas pelo espectador, interlocutor ou viajante, produzida como um negativo a ser revelado no momento de contemplação. A complexidade da obra não se desfaz com o alto grau de autonomia proposto à contemplação, ele não trabalha com "gosto pessoal, mas com todos os gostos pessoais”*. E se o conteúdo da pintura - por vezes - é invisível e seu caráter e dimensão devem ser mantidos secretos sabidos somente pelo artista**, a presente exposição é um convite à humanidade pensar em arte e sobre arte.
* Apropriação de trecho do texto do artista principense Almada Negreiros (1893 – 1970).
** A frase foi retirada da obra Secret Painting do coletivo Art & Language (1968).
Entre Planos
Texto : Eduardo Amato

TEMPO LÍQUIDO, MEMÓRIA PLANA
220x70x0cm . 2017
borracha, tinta acrílica, fita VHS e vidro jateado
coleção particular - PR

PRETÉRITO DO FUTURO
40x40cm . 2017
acrílica, azul de metileno em pó e removedor sobre tela

INTERIORA . VI
50x50cm . 2018
tinta serigráfica sobre tela
coleção particular - PR




ENSAIOS SOBRE
TRADIÇÃO . 1º ATO
shabat
Performance Art com
Eduardo Amato . 2017
Mostra Performance
Galeria Soma
Curitiba - PR
pic : Robson Dalazen

INÉRCIA
120x80cm . 2017
tinta acrílica, serigráfica e gesso sobre tela
valor sob consulta

Ateliê

CONTRA PLANO . I
40x60cm . 2017
tinta serigráfica, acrílica, óleo e barbante encerado sobre tela

MEMÓRIA CIRCULAR . II
50x40x5cm . 2018
espuma expansiva, purpurina, gesso, sucata e removedor sobre tela
valor sob consulta






CANÁRIOS DA MINA
DE CARVÃO
Performance Art com
Eduardo Amato . 2018
3º Festival Curto-Circuito
Casa Monstrx
Chapecó - SC
pic : Pedro Galiza

Ateliê